Recursos serão destinados à modernização tecnológica das emissoras e prometem revolucionar a TV aberta com integração total à internet e imagem em até 8K

A modernização da televisão aberta no Brasil deu um passo decisivo. A Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex) aprovou, no último dia 11 de dezembro, o pleito do Ministério das Comunicações (MCom) para captar até US$ 500 milhões (aproximadamente R$ 2,5 bilhões) junto a organismos internacionais.
Os recursos virão do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), braço do Banco Mundial. O montante será utilizado para financiar a transição das emissoras de radiodifusão para o padrão TV 3.0, a nova geração da TV digital.
O Caminho do Financiamento
A aprovação pela Cofiex é uma etapa técnica essencial. Agora, o processo segue o seguinte rito institucional:
- Casa Civil: Analisa o projeto e prepara a Mensagem Presidencial.
- Senado Federal: Cabe aos senadores a palavra final para autorizar a contratação do crédito externo.
De acordo com o secretário de Radiodifusão, Wilson Diniz Wellisch, o governo também articula linhas de crédito complementares junto ao BNDES para garantir que as emissoras tenham condições de arcar com a atualização do parque tecnológico.
Impacto Inicial: 15% da População
Embora o financiamento não seja restrito a uma região, o MCom prevê que os investimentos iniciais foquem em regiões metropolitanas, onde a densidade populacional é maior.
- Investimento total estimado: R$ 3,85 bilhões para cobrir as principais metrópoles.
- Alcance do aporte atual: A verba de US$ 500 milhões deve viabilizar a fase inicial, atendendo cerca de 15% da população brasileira.
“A TV 3.0 vai revolucionar o setor por trazer interatividade e integração com a internet. O Brasil será pioneiro entre os países do BRICS e na América Latina”, afirmou o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho.
O que muda com a TV 3.0?
Diferente da transição do analógico para o digital, a TV 3.0 altera a forma como o usuário consome o conteúdo. O sistema deixa de ser baseado em números de canais e passa a operar em um ambiente de aplicativos.
| Funcionalidade | Benefício ao Telespectador |
| Qualidade de Imagem | Transmissões em 4K e 8K, superiores ao Full HD atual. |
| Som Imersivo | Tecnologia de áudio que proporciona experiência de cinema em casa. |
| Integração Web | Conteúdos ao vivo e on-demand (sob demanda) no mesmo lugar. |
| Interatividade | Acesso a serviços públicos digitais e publicidade personalizada. |
| Acessibilidade | Recursos avançados para pessoas com deficiência. |
A implantação será gradual, começando pelas grandes capitais, consolidando a TV aberta como o principal e mais democrático meio de inclusão digital no país.